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Um novo olhar sobre o cotidiano

Estamos iniciando, nesta semana, a publicação de uma série de 4 reportagens sobre alunos da UCS que são acompanhados pelo PIMA. A primeira delas aborda a temática da Paralisia Cerebral e traz a história do acadêmico Gesué Miotto. A série de reportagens foi produzida pelos alunos da disciplina de Jornalismo Online do curso de Jornalismo da UCS, ministrada pela professora Ana Laura Paraginski.

Aproveitamos para desejar a todos um ótimo semestre. 

 

Gesué Miotto conta como é superar os obstáculos para conquistar seu espaço.


Brincalhão e extrovertido, o jovem Gesué Miotto possui 23 anos, nasceu e vive em São Marcos. Os pais são Cláudio Alberto e Jací e os irmãos, Matheus (18), por parte de pai, e Gester (26). Ao nascer, o quadro do segundo filho do casal era normal, um bebê aparentemente saudável. Apesar das primeiras impressões, no 5° dia de vida, Gesué começou a manifestar dificuldades para mamar no peito da mãe, que, preocupada, o levou ao médico. Duas transfusões de sangue foram realizadas naquele dia, mas era tarde, isso deveria ter acontecido logo após o nascimento da criança. Isso porque, Cláudio e Jaci possuem sangues incompatíveis, um apresenta Rh + e outro Rh -, o que leva a certas complicações na gestação.

Devido ao erro médico, o diagnóstico foi de que Gesué teria sérias dificuldades motoras e poderia nunca conseguir andar, como consequência da Paralisia Cerebral. Embora houvessem ficado sequelas e contrariando as expectativas, o menino começou a caminhar quando completou 5 anos de idade. Sempre com muita foça de vontade e não deixando que as dificuldades o impedissem de buscar seus sonhos, fez fisioterapia dos 5 aos 15 anos e fonoaudiologia até os 21. Teve uma infância muito ativa, era bagunceiro e agitado. "Nunca fui comportado", afirma. Durante a adolescência, era um tanto rebelde, os colegas o incomodavam na escola e ele partia para a briga, causando dores de cabeça na mãe.
Atualmente, Gesué cursa o terceiro semestre de Administração na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e se orgulha bastante da escolha, a única cadeira com a qual não se dá muito bem é contabilidade. Decidir fazer o vestibular foi um grande passo para ele, pois tinha o apoio dos irmãos, mas a mãe demonstrava medo de que ele não conseguisse acompanhar os colegas. Ao contrário do que pensava a dona Jací, Gesué lida muito bem com isto, a única adaptação necessária em sala de aula é levar, ao invés do habitual caderno, o notebook para realizar os registros das matérias, já que para escrever apresenta uma certa dificuldade. Está tão familiarizado com o ambiente de estudos que já possui planos para quando concluir a graduação, iniciar um mestrado, apesar de ainda não saber para qual área irá direcionar os estudos.

Quanto ao Programa de Interação e Mediação do Acadêmico (PIMA), Gesué conheceu o setor logo ao entrar na Universidade. Ao se aprofundar um pouco mais no trabalho que é realizado pelo mesmo, achou muito interessante e resolveu se juntar ao grupo. "Ajuda bastante, principalmente no contato com os professores", ele explica. Já fez amizades com pessoas que conheceu por meio do PIMA e acredita que seja uma ação de extrema importância para auxiliar pessoas com dificuldades, sejam elas quais forem.
Como qualquer outro jovem, no tempo livre, Gesué gosta de navegar nas redes sociais e postar fotos no Instagram. Academia é mais uma das atividades que pratica, em média 3 vezes por semana, para passar o tempo e cuidar da saúde. Outro programa, eleito como o favorito pelo rapaz, é sair para se divertir com os amigos e o irmão mais novo, Matheus. "Nada é impossível, basta correr atrás dos seus sonhos" é frase que Gesué coloca no final de nossa entrevista, além de deixar seu incrível exemplo de superação.

Texto: Estefani Alves, Isabella Silocchi de Amorim e Pedro Henrique dos Santos.

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