Pular para o conteúdo principal

Você já ouviu falar da Bengala Verde?


Por acaso, já presenciou a cena de uma pessoa, aparentemente cega, andando com a ajuda de uma bengala para se localizar, mas que, em seguida, abre um jornal e consegue ler?

A maioria das pessoas pode não ter experienciado tal situação. No entanto, há quem tenha e as reações variam. Na maioria das vezes, as pessoas reagem de maneira negativa e até agressiva, desconhecendo a real deficiência de quem está com a bengala.

A situação refere-se às pessoas com baixa acuidade visual, isto é, “[...] possuem menos de 30% da visão no melhor olho e/ou campo visual (visão lateral) menor que 20 graus, mesmo com o uso de óculos adequados.” (http://www.casadaptada.com.br/2017/11/lei-da-bengala-verde-para-promover-inclusao-de-pessoas-com-baixa-visao-veja-o-video/) 
Elas não são cegas, como usualmente são confundidas. Mas, encontram-se no meio do caminho entre a escuridão e a penumbra.

“Uma pessoa com baixa visão tem dificuldade para reconhecer rostos, ler placas de sinalização, letreiros de ônibus, atravessar ruas, caminhar sozinha, entre outras. Em alguns casos, a claridade ou a falta dela, afetam a visão.” (https://www.bengalaverde.org.br/)

É principalmente como maneira de identificar essa parcela da população que surgiu a Bengala Verde. Em 1996, a professora uruguaia de educação especial, Perla Mayo, criou a ideia de “ver-de outra maneira”, “ver-de-novo“, diferenciando a Bengala Verde da Bengala Branca (branco refere-se à cegueira).

“A Bengala Verde é, portanto, instrumento de suma importância para orientação, mobilidade, identificação e inclusão social das pessoas com baixa visão.” (https://www.bengalaverde.org.br/) Através do seu uso, a discriminação e as diversas situações constrangedoras vividas no dia a dia diminuem.

No Brasil, a implementação ocorre aos poucos, tendo sido iniciada apenas em 2014 por responsabilidade do Grupo Retina São Paulo (um dos grupos regionais da associação Retina Brasil). Recentemente, foi aprovado o uso da Bengala Verde em Campos dos Goytacazes (RJ) por esforços do Grupo Retina Campos. (http://retinabrasil.org.br/site/)

A necessidade de disseminar o assunto à população brasileira mostra-se indispensável, visto que trata-se do respeito aos direitos civis e à vida das pessoas de baixa visão. O preconceito está na ignorância, no desconhecimento e na negação da diversidade.


Descrição da imagem: Fotografia de uma bengala utilizada por pessoas com baixa visão. Ela é da cor verde e é dobrável.

Mais informações em:


Postagem: Sofia G. Sangalli

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Futebol de Surdos

Fonte da imagem: http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/esportes/noticia/2013/05/selecao-brasileira-de-futebol-de-surdos-perde-por-4-a-1-para-venezuela-em-amistoso-em-caxias-do-sul-4150047.html Descrição da foto: A foto horizontal e colorida mostra dois jogadores próximos da bola. O da direita veste uniforme cor vinho e luvas pretas. O da esquerda, jogador número 8, veste uniforme do Brasil. Ambos estão olhando para a bola. Entre eles, destaca-se o juiz que veste camiseta verde fosforescente. Ele está com o braço direito estendido e o indicador apontado para cima. Fim da descrição O Futebol para Surdos é praticado exclusivamente por pessoas surdas (com comprovação por exame médico – audiometria) e o jogo segue as regras da Confederação Brasileira de Desportos dos Surdos ( CBDS ). As únicas diferenças dentro de campo é o fato de que os juízes não utilizam somente apito, e sim bandeiras para sinalizar as jogadas, e procuram ficar de frente para os jogadores em vez de a

ATENÇÃO: Estacionar nas vagas reservadas aos idosos e pessoas com deficiência resultará em multa

Você por acaso já estacionou em uma vaga destinada às pessoas com deficiência ou aos idosos? Alguma dessas alternativas justifica seu comportamento? estacionei por alguns minutos pois estava com muita pressa; utilizei a vaga porque não havia outra opção disponível no estacionamento; usei a vaga porque havia muitas vagas disponíveis, afinal não existem tantos deficientes ; estacionei porque naquele horário a probabilidade era muito pequena de haver deficientes que fossem utilizá-la; usei da vaga porque era a mais próxima do meu destino; costumo usar as vagas porque não concordo que as pessoas com deficiência e os idosos tenham este privilégio. Pense na seguinte situação: ao sair ou chegar em casa você encontra um carro estacionado no acesso de sua garagem… que transtorno! É isso que acontece com pessoas deficientes e idosos quando a vaga a eles destinada está ocupada … um transtorno enorme! De acordo com a ABNT, as vagas das pessoas com defici

Bilinguismo na Educação de Surdos

O bilinguismo, na educação de surdos, é uma proposta de ensino usada em escolas especiais para surdos, que objetiva utilizar com a criança surda duas línguas no contexto escolar: a língua de sinais e a língua portuguesa. As pesquisas têm apontado esta proposta como sendo mais adequada para o ensino de crianças surdas, tendo como foco à língua de sinais como parte de um pressuposto para o ensino da língua escrita. Moura e Vieira (2011) afirmam que o bilinguismo surge como uma proposta de intervenção educacional com a finalidade de atender as especificidades linguísticas dos alunos surdos. As autoras destacam que o trabalho com a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa atualmente acarreta uma preocupação de construção da identidade cultural e social. Na perspectiva bilíngue, a língua de sinais é caracterizada como língua natural para o surdo e, portanto, sua primeira língua (L1).   A língua portuguesa, língua oficial do país, na modalidade escrita, deve ser aprendida como segu