O Ensino Superior é repleto de desafios.
Pesquisadores costumam identificar duas grandes formas através das quais esses
desafios podem se apresentar: eles podem ser de ordem cognitiva e também
relativos às demandas emocionais. Por que?
As questões de ordem cognitiva, de modo
geral, podem estar associadas à história escolar prévia e
vivências/conhecimentos adquiridos ao longo da vida. O que o estudante traz de
sua trajetória escolar no Ensino Fundamental e Médio tem grande peso em seu
processo de adaptação às exigências do Ensino Superior. É relevante considerar
se o estudante teve ou não a oportunidade de desenvolver um vocabulário amplo,
capacidade para leitura e escrita e habilidades lógico-matemáticas. É também
importante considerar se teve a oportunidade de construir conhecimentos gerais
que ofereçam uma visão coerente da sociedade onde vivemos. As questões de ordem
emocional, por sua vez, dizem respeito ao desenvolvimento da autonomia nos
vários aspectos da vida e de habilidades sociais que permitam interagir com
colegas e professores e se beneficiar das oportunidades que a vida
universitária oferece.
Isso vale para qualquer acadêmico. As
instituições de nível superior têm se preocupado em desenvolver ações para
apoiar, facilitar e criar recursos para que a trajetória dos estudantes seja
bem sucedida. Na Universidade de Caxias do Sul, um desses programas é o
Programa de Integração e Mediação do Acadêmico (PIMA). Criado em 2007, o PIMA
vem desenvolvendo ações mais diretamente relacionadas aos estudantes que
apresentam necessidades educativas especiais. Para isso, acolhe e escuta os
estudantes em seus desafios, dificuldades e potenciais. Também acolhe, escuta e
discute com os professores estratégias pedagógicas que visam facilitar a
inclusão e garantir a acessibilidade para as mais diferentes necessidades que
podem se apresentar. A partir dessa escuta criteriosa feita com estudantes,
professores e, em alguns casos, com os familiares, são feitas orientações e
encaminhamentos.
O PIMA iniciou suas atividades contando com o
trabalho de duas professoras, três intérpretes de Libras e uma secretária.
Desde sua criação se passaram seis anos. A demanda pelos serviços prestados
pelo Programa tem aumentado a cada semestre. Como avaliamos esse aumento? Como
uma resposta positiva da comunidade acadêmica em relação ao trabalho
desenvolvido pelo Programa e como um sinal da abertura necessária para que
todas as pessoas tenham seu direito de acesso ao ensino respeitados. Mais do
que isso, como uma consciência crescente que a sociedade é um espaço para
todos, e que todos temos a responsabilidade de construir juntos esse espaço.
Atualmente, fazem parte da equipe de trabalho
do PIMA: quatro professoras das áreas de Psicologia, Pedagogia e Serviço
Social, seis intérpretes de Libras, uma secretária, uma auxiliar administrativa
responsável por apoiar os encaminhamentos referentes à acessibilidade
(especialmente em relação aos estudantes com deficiência visual) e uma
estagiária.
Convidamos a todos a continuarem abertos a
essas mudanças em nossa comunidade acadêmica. São elas que permitirão a
construção de um ambiente rico, onde pode haver espaço para todos.
Prof.ª Zita e Prof.ª Cláudia.
Parabéns PIMA! Continue assim!!
ResponderExcluirAbraço
Jaque